quinta-feira, 17 de maio de 2007

Taxitramas



Achei um blog muito legal!
Eh um taxista gaucho que conta diversas historias de sua profissão!
Leiam essa:

Uma passageira ocupada
Minha passageira parecia uma pessoa ocupadíssima. Logo que embarcou, deu o destino da corrida - Bairro Glória - e passou a fazer ligações ao celular. Desliguei o som.
Na primeira chamada, identificou-se como Marta, mulher do doutor fulano de tal. Quando a ligação foi transferida, disse ao marido que precisavam mudar os planos para a tarde. Explicou que não poderia acompanhá-lo à visita que tinham combinado fazer a um amigo que estava hospitalizado. Disse que havia surgido um compromisso de última hora. Uma visita a um cliente importante. Despediu-se com um te amo.
Enquanto falava ao telefone, tirou um espelho da bolsa com o qual parecia analisar sua exuberante figura. Era uma mulher bonita, bem vestida. Trinta anos, no máximo. Entre uma ligação e outra, maldisse o cabeleireiro de onde estava saindo quando pegou meu táxi. Segundo ela, o homem havia acabado com seu cabelo. Fui obrigado a discordar. Na minha modesta opinião, ela estava ótima.
Em outra ligação, identificou-se novamente como Marta, mãe do aluno tal. Pediu ao responsável pela escola que observasse com atenção seu filho, pois o garoto apresentara febre durante a noite e ela estava preocupada. Disse que estaria com o celular desligado à tarde, por isto, passou o número do telefone do marido caso fosse necessário.
Ainda teve tempo para uma ligação para sua mãe, que estava de aniversário. Prometeu visitá-la no fim da tarde. Teve que encerrar essa ligação às pressas, pois chegávamos ao destino da corrida.
Ela pediu, então, que eu entrasse em um motel. Identificou-se na portaria como Keila, da agência de acompanhantes. Disse que estava sendo esperada no quarto 16.
Por MAURO CASTRO

Passe por lah e leia alguns contos desse engraçado taxista!